Residência ou Pós em Medicina Esportiva?
- Tamires Vieira
- 7 de mar. de 2021
- 2 min de leitura
Boas tardes!
Recebo mensagens direto perguntando sobre a tal da Residência Médica de Medicina Esportiva! A maior parte das dúvidas é quanto a fazer ou não a residência, se apenas uma pós-graduação é o suficiente, e como funciona essa residência, que muitos cobiçam e quase ninguém sabe o que faz 😅.
Antes de tudo, gostaria de posicionar você estudante de medicina sobre o cenário atual. Nosso país possui vaga em residência médica para apenas 25% dos formandos, ou seja, 75% não entrarão. Ao meu ver, o bom médico precisa se especializar ao máximo para oferecer o seu melhor ao atendimento do paciente. Por isso, que o profissional que faz a residência já é um médico diferenciado só pelo fato de ter se qualificado em uma prova onde a grande maioria não passa.
Sobre Medicina esportiva, sempre pergunto para as pessoas: você tem residência? Se sim, meu amigo feche os olhos e faça a pós-graduação, pois você já tem uma especialidade, provavelmente deve trabalhar nela, e a pós-graduação em Medicina Esportiva será apenas um complemento de ensino na vida médica. Agora, se você não possui residência alguma, ou essa é a especialidade que você almeja pro resto da vida, o ideal é você prestar a residência!
Infelizmente, em Medicina Esportiva, temos pouquíssimos locais e vagas. No estado de Santa Catarina, temos a apenas a Universidade de Caxias do Sul (UCS), e no estado de São Paulo, temos a Unifesp, USP, Unesp e Iamspe. Juntas, possuem anualmente menos de 20 residentes, e não é por falta de candidato não, pois em alguns serviços a concorrência chega a 55 candidatos/vaga.
A residência é divida em 3 anos. No primeiro ano (R1), temos nosso foco voltado para Clínica Médica, passamos em Cardiologia, Pneumologia, Pediatria, Geriatria, Endocrinologia, Clínica Médica, UTI, Emergência e Medicina Esportiva. Rodamos diferente dos residentes da clínica médica nos estágios, somos mais voltados a ambulatórios, passamos em Teste ergométrico, Teste ergoespirométrico, Pletismografia, Polissonografia, dentre outros.
O segundo ano (R2), temos nossa formação voltada para parte osteomuscular, rodamos nos estágios de Ortopedia (ambulatórios e pronto socorro), Reumatologia, Radiologia (exames músculo esqueléticos), Medicina esportiva e Fisiatria. Nesse ano, aprimoramos o exame físico, a análise de lesões ortopédicas, indicações cirúrgicas e reabilitação.
O terceiro e último ano (R3), nosso foco é o alto rendimento, ou seja, trabalhamos com atletas a nível olímpico e paralímpico. Rodamos no ECP (Esporte Clube Pinheiros), CPB (Centro Paralímpico Brasileiro), Cardiologia esportiva no Hospital Dante Pazzanese, Centro de Reabilitação na USP, CETE na Unifesp, Medicina Esportiva e um estágio opcional.
Como pode-se ver, o médico do esporte é um clínico geral que entende de ortopedia. Trabalhamos desde crianças a idosos, sedentários e atletas (profissionais e amadores), executando exames, realizando reabilitações e prevenindo lesões.
Já sabia de tudo isso?! Pois bem, se você ainda tiver alguma dúvida me manda uma mensagem que a gente conversa melhor!
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